quinta-feira, 2 de julho de 2015

Sesap faz oficina para avaliar a Política Nacional da Atenção Básica no RN

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) está discutindo e reavaliando a Política Nacional da Atenção Básica na perspectiva de regionalização das ações de saúde no Rio Grande do Norte. Durante a manhã e tarde desta quinta-feira (02), os técnicos da Sesap estão reunidos com representantes UFRN, UERN, unidades regionais de saúde (Ursaps), do Conselho Municipal de Saúde (Cosems), além de equipes do Ministério da Saúde. A maior parte das discussões foi sobre a melhoria da estrutura da atenção básica e qualificação das equipes diante dos dados do Ministério da Saúde, segundo os quais cerca de 80% a 90% das pessoas atendidas nas unidades de urgência e emergência precisariam de atendimento da atenção básica.

O representante do Ministério da Saúde, Dirceu Klitzke, trouxe informações sobre a avaliação da Política Nacional da Atenção Básica, como os principais problemas da temática no Brasil e as políticas que o Ministério da Saúde, estados e municípios operacionalizam para o seu enfrentamento. Segundo ele, os índices de satisfação do usuário com o atendimento oferecido são muito satisfatórios nos lugares onde a atenção básica de equipes de saúde da família está melhor organizada, porque  ali se registra menos internações por causas recorrentes da atenção básica, como hipertensão e diabetes.

“Quanto mais atenção básica, mais a população fica satisfeita com o atendimento, como também há menor gasto com saúde. Mas isso não quer dizer que a atenção básica é barata, pois a unidade precisa estar bem equipada, automatizada e com equipes completas. Isso é caro, mas no conjunto do sistema, é mais eficiente economicamente do que haver o gasto excessivo na urgência e emergência hospitalar”, disse Dirceu. Outros países que organizaram o sistema de saúde têm a maior parte dos gastos centrados na atenção básica e primária, num modelo parecido com o da Saúde da Família. 

Dirceu Klitzke citou estudo feito no Brasil, em 2009, por pesquisadores da Universidade de Nova York, que mostrou, num ambiente de melhor cuidado na atenção básica, uma diminuição em torno de 126 mil internações hospitalares num período de três anos, o que daria uma economia de R$ 70 milhões de dólares. “Mas, ao mesmo tempo, os estudos mostram que as equipes de atenção básica hoje não estão preparadas para atender essas primeiras urgências da população que acessam o serviço. Por isso, o desafio é melhorar a estrutura da atenção básica e preparar as equipes”, defende ele.

De acordo com a coordenadora de Promoção da Saúde (CPS) da Sesap, Cláudia Frederico, o evento trouxe novas perspectivas para a saúde no Rio Grande do Norte, sendo possível discutir a organização e necessidades de cada região. “Estamos vivendo um momento ímpar. Pela primeira vez, o Rio Grande do Norte está fazendo uma atividade para repensar a política da Atenção Básica. A oficina ampliou as discussões sobre novos desafios para dar mais resolutividade à atenção básica, pois uma unidade de saúde bem organizada, equipada e qualificada vai diminuir os atendimentos em UPAS e em hospitais”, explica Cláudia Frederico, ressaltando que, numa lógica de organização mais efetiva, vai para UPA quem precisa de UPA e para hospital quem realmente precisa de um atendimento mais complexo.

Para o gerente da VI Regional de Saúde, Tiago Figueiredo, a oficina ampliou o nível de conhecimento sobre as novas políticas de atenção básica, como também orientou sobre o perfil das unidades regionais de saúde, que têm um papel fundamental na articulação dos municípios. “Agora temos que multiplicar a temática da atenção básica nas nossas regiões, através de uma oficina com os técnicos da regional e representantes dos municípios”, afirmou Tiago.

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