A Subcoordenadoria de Vigilância Ambiental (SUVAM) da
Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), através do Programa Estadual de
Controle da Raiva, diagnosticou, entre os dias 18 e 23 de abril, dois casos
positivos de raiva animal no Rio Grande do Norte. O primeiro ocorreu na
quinta-feira passada (18), em um morcego, e nesta terça-feira (23) o
Laboratório de Raiva do LACEN/RN informou sobre um gato de rua agressor
registrado no município de Lajes Pintada.
A amostra do morcego chegou através de uma moradora do bairro das Rocas, em Natal, que havia sido agredida pelo animal. Ela procurou atendimento no Hospital Giselda Trigueiro, levando consigo o morcego que foi encaminhado para o Laboratório de Raiva para o exame da Imunofluorescência Direta. O resultado foi positivo e, segundo a subcoordenadora de Vigilância Ambiental (SUVAM) da Sesap, Iraci Nestor de Souza, o diagnóstico foi informado ao Centro de Controle de Zoonoses de Natal, que realizou a investigação no local no mesmo dia. "Serão organizadas ações educativas na área da ocorrência", afirmou.
Quanto ao caso do gato positivo, em Lajes Pintada, a V
Unidade Regional de Saúde Pública (URSAP) foi informada e a equipe está
providenciando junto ao município ações de prevenção, como investigação e
bloqueio vacinal, através da imunização de cães e gatos dentro da área de foco
nas primeiras 72 horas. De acordo com Iraci Nestor, o envio de amostras para
monitoramento da circulação do vírus é muito importante, pois a partir daí são
desencadeadas ações de prevenção contra a doença, como a busca ativa por
pessoas agredidas e trabalhos educativos.
Como fazer ao se deparar com morcego suspeito de raiva
Os morcegos são animais noturnos que podem se alimentar
de insetos (insetívoros), frutos (frugívoros), néctar (nectarívoros), pequenos
animais (carnívoros) e sangue (hematófagos). Esses animais são de grande
importância ecológica, pois contribuem no controle de insetos, na polinização
de plantas e disseminação de sementes. Por isso são protegidos por lei (Lei
Federal nº 9.605/98), não podem ser caçados ou mortos e sua eliminação
indiscriminada é um crime contra a natureza. No Brasil, os morcegos foram os
animais transmissores da raiva para humanos em 45% dos casos notificados nos
últimos dez anos, sendo o cão ainda o principal transmissor. No Rio Grande do Norte,
desde 2005 já foram registrados 108 morcegos positivos para raiva, só em 2010
foram 64. Em 2011 foram 21 e em 2012, 15.
Para a subcoordenadora da SUVAM, Iraci Nestor, apesar do morcego registrar um grande potencial para raiva existe ainda desconhecimento da população quanto ao perigo dos morcegos como transmissores. É importante alertar às pessoas de que ao encontrar um morcego suspeito de raiva, ou seja, encontrado morto ou em situações não usuais, caído ou pousado em parede durante o dia, com voos ou incoordenação de movimentos, agressividade ou paralisias, é recomendado não tocar no animal, pois este pode morder para se defender.
"Se ele estiver no chão, coloque um objeto (balde,
bacia ou caixa) sobre ele, tomando cuidado para não o manusear afaste as
pessoas e animais do ambiente onde o morcego se instalou e isole o local não o
provoque ou brinque com ele e chame imediatamente o serviço de controle de
zoonoses ou a secretaria de saúde de seu município. Caso o morcego não seja
suspeito de raiva e esteja voando dentro de casa apague as luzes e abra todas
as janelas, pois ele encontrará a saída sozinho", orienta.
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