Com a confirmação
de 27 animais positivos para raiva ao final de 2017, sendo a maioria (16
animais ou 59,25% do total) morcegos, a Secretaria de Estado da Saúde Pública
(Sesap RN), alerta a população a sempre buscar assistência médica em todo caso
de acidente envolvendo animais passíveis de transmissão da doença.
De acordo com a
Subcoordenadoria de Vigilância Ambiental (SUVAM), os mais recentes resultados
de morcegos positivos foram procedentes de Vera Cruz, Natal e Pureza. No caso
de Pureza, a amostra foi de um morcego hematófago, que se alimenta de sangue, (Desmodus
rotundus), que agrediu uma pessoa. A vítima encontra-se em bom estado de saúde,
pois buscou assistência médica para tratamento antirrábico no Hospital Giselda
Trigueiro. Esse caso, em
particular, desperta muita preocupação para a vigilância da raiva, já que a
variante viral do Desmodus rotundus foi identificada nos seis casos fatais de
raiva humana de 2017 do Brasil.
A raiva é uma
doença sem cura, por isso a necessidade de buscar atendimento antes da
manifestação dos sintomas. No mundo só há 4 casos de sobrevivência e anualmente
morrem cerca de 60.000 pessoas, especialmente na Ásia e África.
A Subcoordenadora
de Vigilância Ambiental da Sesap, Cíntia Higashi, chama a atenção as medidas
que a população precisa tomar, conforme orientação do Programa Estadual de
Raiva: “É preciso que todos os morcegos suspeitos de raiva, ou seja,
encontrados em atividade durante o dia se alimentando, caídos no chão ou
pousados em local desprotegido e também aqueles morcegos encontrados mortos
sejam encaminhados para exame laboratorial de raiva”, orienta.
A Sesap ainda
orienta que ?qualquer contato com morcegos é preocupante e por isso a
assistência médica deve ser procurada, independente de haver lesão ou do tipo
de morcego. Todos os morcegos podem contrair e transmitir doença. A mordedura
provocada pelo morcego hematófago para alimentação tem um formato elíptico
(circular) característico e esse achado deve ser repassado imediatamente aos
serviços de vigilância e controle da raiva?, pois a capacidade de transmissão
da doença entre esses animais é maior.
Outra importante
medida é que os cães ou gatos que entraram em contato com morcegos sejam
monitorados por 180 dias. É preciso que seja feito reforço vacinal contra raiva
de duas ou três doses de vacina antirrábica conforme status vacinal desses
animais. Cães e gatos devem ser imunizados.
Outro alerta é que
a população sempre que tomar conhecimento de animais de produção ou de
interesse econômico (bovinos, caprinos, ovinos, suínos e equinos) com suspeita
de raiva, bem como de animais sendo espoliados por morcegos hematófagos, devem
informar o fato à Coordenação do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros
do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (IDIARN,
telefone: 3232- 8035).
A notificação de
animais de produção com suspeita de raiva é compulsória e deve ser feita por
qualquer cidadão conforme orienta a Instrução Normativa nº50 de 24 de setembro
de 2013 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
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