Cleodom Carlos, a partir de junho, só atenderá urgências e emergências
MP também quer extinguir “leilão” de médicos nos municípios
Foi realizada nesta segunda-feira, 12, no auditório da VI
Unidade Regional de Saúde Pública, sedada em Pau dos Ferros, uma Audiência
Pública para discutir a situação do Hospital Regional Dr.
Cleodon Carlos de Andrade.
A reunião, que contou com participação do Secretário Estadual
de Saúde, Luiz Roberto, gerente da VI
Ursap, Temístocles Maia, prefeitos, dentre estes, Fabrício Torquato (Pau dos
Ferros) e Dario Vieira (São Miguel) Secretários de Saúde dos 37 municípios do
Alto Oeste potiguar, com destaque para Tereza Mesquita (Pau dos Ferros), Luís
Marcos (Coronel João Pessoa), Shimeny Vieira (São Miguel), Gledson Dias (Venha
Ver) e Netinha Rêgo (Riacho da Cruz), Neuman Azevedo (José da Penha), Eliza Garcia
(Dr. Severiano) e Edilma Souza (Água Nova), foi convocado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, por meio da 3ª
Promotoria de Justiça da Comarca de Pau dos Ferros e do Centro de Apoio
Operacional às Promotorias de Justiça da Saúde (CAOP Saúde).
O objetivo central foi avaliar o
grau de resolutividade dos atendimentos feitos pela unidade hospitalar de referência
da 6ª Região de Saúde.
Na sua
intervenção, o titular da Sesap, Luiz Roberto, disse que sua pasta dispõe de
cerca de 15 mil servidores, sendo mais de 4 mil municipalizados, e que a folha
de pagamento é muito alta. Todavia, com a implantação do ponto eletrônico e do
corte de alguns plantões eventuais e outras medidas, mesmo com o reajuste salarial,
“por incrível que pareça”, foi possível reduzir o gasto com pessoal.
O
secretário disse, também, que o RN possui 27 hospitais, muitos deles, sem dar
respostas satisfatórias, mas que recebem vultosos recursos que deveriam ser carreados
para outro com maior estrutura. “Temos hospitais que fazem 05 cirurgias por mês.
Cada procedimento custa R$ 32 mil. Isso é um contrassenso”, ponderou, avaliando
que é mais plausível investir em unidades hospitalares com abrangência regional.
Já a promotora de
Justiça do MP Estadual, Iara Pinheiro, que também preside a Coordenadoria do
Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça e Defesa da Saúde (CAOP
Saúde), que, recentemente, fez uma Auditoria Operacional no Hospital de Pau dos
Ferros, falou que a causa da grande demanda e superlotação naquela unidade,
deve-se ao fato de que os municípios não estão fazendo o dever de casa.
“De acordo com os dados
que colhemos, o hospital está fazendo ambulatório quando, na verdade, esta ação
é de competência das unidades básicas”, destacou a Promotora, acrescentando que
as secretarias municipais de saúde estão fazendo a política do ‘faz de conta’.
Dra Iara Pinheiro – e outros
colegas do parquê – foram veementes ao afirmar que o Hospital Cleodom Carlos
deve se restringir ao atendimento de urgências e emergências – com triagem com
classificação de riscos - e que o prazo para o ajuste do perfil é dia 10 de
junho. Ela também disse que a sala de parto tem de ter uma pediatra de plantão.
“Em princípio, nossa vinda a Pau dos Ferros, num passado recente, era para
saber o porquê de não existir uma UTI neonatal, mas, com detecção de que a sala
de parta não possui pediatra, nosso foco, por enquanto, mudou”, disse ela.
Outro tema abordado no
encontro foi com relação à carga horária dos médicos que, segundo o MP, não
está sendo cumprida nos municípios e, em função disso, muitos procedimentos da
atenção básica estão migrando para o hospital.
“As recomendações que
estamos encaminhando aos prefeitos e secretários de saúde de toda região, rumam
na direção de que se faça cumprir a carga horária para a qual o profissional
foi contrato, sob pena dos gestores responderem por crime de improbidade administrativa”,
afirmou Iara, esclarecendo que, com essa medida unificada, é possível acabar
com o “leilão” de passes dos médicos.
Afirmando também trabalhar
com “diálogo orientativo”, o MP sugeriu que as Prefeituras façam seus Planos de
Ação e os ponham em prática.
Uma das notícias
alvissareiras e comemorada na reunião foi sobre o fechamento da escala dos
médicos ortopedistas no Hospital Cleodom Carlos – uma demanda há muito cobrada
pelos gestores, que também reclamam a falta de raio X e outros exames complementares
de alto custo que são bancados pelos município.
Os promotores de justiça,
que prometeram voltar à região para averiguar se houve avanços, pretendem
estender essa ação conjunta noutras regiões do Estado.
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