"O Rio Grande
Norte não apresenta casos confirmados de sarampo desde o ano 2000". A fala
da coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap),
Katiucia Roseli, acontece em razão da volta das férias escolares e também do
crescente aumento no país do fluxo de imigrantes vindos da Venezuela, que
registra casos da doença. “Devemos nos manter em alerta devido ao grande fluxo
de viajantes que visitam o estado, oriundos de países com casos confirmados da
doença”.
Recentemente o estado
de Roraima divulgou que sofre um surto de sarampo, com casos importados de
pessoas provenientes do país vizinho. Em virtude do problema, na última
terça-feira (6), o Ministério da Saúde anunciou, em coletiva, que Roraima vai
realizar uma campanha de vacinação contra o sarampo. Na ocasião serão vacinadas
cerca de 400 mil pessoas no estado, sendo que 100 mil devem ser imigrantes
venezuelanos. Em entrevista, o Ministro da Saúde, Ricardo Barros afirmou que a
doença está sob controle no país desde 2016. “Há dois anos declaramos a
eliminação do sarampo no Brasil e agora estamos com esses casos importados da
Venezuela. A situação não é preocupante porque está sob controle e as medidas
estão tomadas. Todos os casos identificados são importados da Venezuela e não
há nenhum autóctone do Brasil”.
Além do problema
enfrentado pela região Norte do Brasil, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
divulgou recentemente que na Europa houve um aumento considerável no número de
casos em 2017, se comparado ao ano de 2016, inclusive com aumento do número de
mortes, alertando sobre o avanço da doença pelo mundo. Países como França,
Itália, Alemanha, Bélgica, Bósnia, Geórgia, Cazaquistão, Romênia, Sérvia,
Dinamarca e Ucrânia estariam sob risco de surtos de sarampo e rubéola.
Katiucia Roseli
ressalta que "além do grande fluxo de pessoas que visitam o RN durante
todo o ano, muitas oriundas de regiões com casos confirmados para sarampo, as
nossas coberturas vacinais observadas nos últimos dois anos ainda são baixas. O
problema é que o risco de surto fica ainda maior quando os pais insistem em não
vacinar os filhos. Vale lembrar que as crianças menores de 5 anos são o público
mais suscetível ao sarampo. E a vacina Tríplice Viral é a única medida de
prevenção eficaz contra a doença, protegendo ainda contra a rubéola e a caxumba",
destaca.
A vacina Tríplice Viral
é oferecida nas unidades básicas de saúde em duas doses para indivíduos de 12
meses a 19 anos e uma dose para adultos de 20 a 49 anos (a depender da situação
vacinal), sendo contra indicada para gestantes, usuários com imunodeficiência e
pessoas que tenham apresentado anafilaxia ao receber dose anterior.
Segundo Anna Lívia,
técnica responsável pelas Doenças Exantemáticas na Sesap, que monitora casos de
sarampo no RN, "a doença é infecciosa, transmissível e extremamente contagiosa,
sendo muito comum na infância. As crianças desnutridas e menores de um ano de
idade são as mais vulneráveis. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por
meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Os sintomas
mais comuns desta doença são febre e erupções na pele (exantema maculopapular),
acompanhados de tosse, coriza e conjuntivite. A infecção pelo vírus do sarampo
pode evoluir para complicações como pneumonia e inflamação aguda do cérebro
(encefalite)" alerta.
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